quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Está Insuportável

Perdoem-me, irmãos, eu confesso a tão aguardada confissão de minha boca. Sim, eu confesso que não posso mais deixar de declarar a minha alma. Para mim é questão de vida ou morte. Perdoem-me, irmãos, mas eu preciso confessar.

Sim, eu confesso…

Está insuportável. Se eu não abrir a minha boca, minha alma explodirá em mim.

É insuportável ligar a televisão e ver o culto que se faz ao Monte Sinai, que gera para escravidão. Os Gálatas são o nosso jardim da infância. Nós nos tornamos PHDs do retrocesso à Lei e aos sacrifícios. Pisa-se sobre a Cruz de Cristo em nome de Jesus. Insuportável! Seja anátema!

É insuportável ver o culto à fé na fé, e também assistir descarados convites feitos em nome de Deus para que se façam novos sacrifícios, visto que o de Jesus não foi suficiente, e Deus só atende se alguém fizer voto de freqüência ao templo, e de dinheiro aos sacerdotes do engano e da ganância. Insuportável!

É insuportável assistir ao silêncio de todos os dantes protestantes—e que até hoje ofendem os cultos afro-ameríndios por seus sacrifícios, sendo que estes ainda têm razão para sacrificar, visto que não confessam e não oram em nome de Jesus—ante o estelionato feito em e do nome de Jesus, quando se convida o povo para sacrificar a Deus, tornando o sacrifício de Jesus algo menor e dispensável. Insuportável!

É insuportável ver o povo sendo levado para debaixo do jugo da Lei quando se ressuscitam as maldições todas do Velho Testamento, e que morreram na Cruz, quando Jesus se fez maldição em nosso lugar. Insuportável!

É insuportável ver que para a maioria dos cristãos a Lei não morreu em Cristo, conforme a Palavra, visto que mantêm-na vigente como “mandamento de vida”, mas que apenas existe para gerar culpa e morte, também conforme a Escritura. Insuportável!

É insuportável ver e ouvir pastores tratando a Graça de Deus como se fosse uma parte da Revelação, como mais uma doutrina, sem discernir que não há nada, muito menos qualquer Revelação, se não houver sempre, antes, durante, depois, transcendentemente e imanentemente, Graça e apenas Graça. Misericórdia!

É insuportável ver a Bíblia sendo ensinada por cegos e que guiam outros cegos, visto que nem mesmo passaram da Bíblia como livro santo, desconhecendo a Revelação da Palavra da Graça do Evangelho de Deus. Insuportável tristeza!

É insuportável ver que os cristãos “acreditam em Deus”, sem saber que nada fazem mais que os demônios quando assim professam, posto que não estamos nesta vida para reconhecer que Deus existe, mas para amá-Lo e conhecê-Lo. Insuportável desperdício!

É insuportável enxergar que a mensagem do Evangelho foi transformada em guia religioso, no manual da verdade dos cristãos, mais uma doutrina da Terra. Insuportável humilhação!

É insuportável ver os que pensam que possuem a doutrina certa jamais terem a coragem de tentar vivê-la como mergulho existencial de plena confiança, mas tão somente como guia de bons costumes e de elevados padrões morais. Insuportável religiosidade!

É insuportável ver gente tentando “estudar Deus”, e a ensinar aos outros a “anatomia do divino”, ou a buscar analisar Deus como parte de um processo, no qual Deus está aprendendo junto conosco, não sabendo tais mestres que são apenas fabricantes de ídolos psicológicos. Insuportável sutileza!

É insuportável ver que há muitos que sabem, mas que nada dizem; vêem, mas nada demonstram; discernem, mas em nada confrontam; conhecem, mas tratam como se nada tivesse conseqüências… Insuportável…

É insuportável ver que se prega o método de crescimento de igreja, não a Palavra; que se convida para a igreja, não mais para Jesus; e que a cada cinco anos toda a moda da igreja muda, conforme o que chamam de “novo mover”. Insuportável vazio!

É insuportável ouvir pastores dizendo que o que você diz é verdade, mas que eles não têm coragem de botar a cara para apanhar, mesmo que seja pela verdade e pela justiça do evangelho do reino de Deus. Insuportável dissimulação!

É insuportável ver um monte de homens e mulheres velhos e adultos brincando com o nome de Deus, posando de pastores, pastoras, bispos, bispas, apóstolos e apostolas, sendo que eles mesmos não se enxergam, e não percebem o espetáculo patético no qual se tornaram, e o ridículo de suas aspirações messiânicas estereotipadas e vazias do Espírito. Insuportável jactância e loucura!

É insuportável ver Jesus sendo tratado como “poder maior” e não como único poder verdadeiro. Insuportável idolatria!

É insuportável ver o diabo ser glorificado pela freqüência com a qual se menciona o seu nome nos cultos, sendo que Paulo dele falou menos de uma dúzia de vezes em todas as suas cartas, e as alusões que Jesus fez a ele foram mínimas. No entanto, entre nós o diabo está entronizado como o inimigo de Cristo e o Senhor das Culpas e Medos. E, assim, pela freqüência com a qual ele é mencionado, ele é crido; e seu poder cresce na alma dos humanos, a maioria dos quais sabe apenas do Medo da Lei, e nada acerca da Total Libertação que temos da Lei e do diabo na Graça de Jesus, que o despojou na Cruz. Insuportável culto!

É insuportável ver seres humanos sendo jogados fora do lugar de culto por causa de comida, bebida, cigarro, roupa, sexualidade, ou catástrofes de existência. Isto enquanto se alimenta o povo com maldade, inveja, mentira, politicagem, facções, e maldições. Insuportável é coar o mosquito e engolir o camelo!

É chegada a hora do juízo sobre a Casa de Deus!

De Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará. A eternidade está às portas. Então todos saberão que não minto, mas falo a verdade, conforme a Palavra do Evangelho de Jesus.

Com tremor e temor porém certo da verdade de Jesus

Caio.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

DÍZIMO, NÃO!

Estive pensando, com o desenrolar de algumas situações que tenho experimentado ultimamente se a gente entendeu direito esse negócio de dizimar, de ser dizimista. Algumas pessoas pensam que entregar o dízimo é uma obrigação, outros encaram como uma atitude de fé (?!) outros dizem que dízimo não se paga, se devolve porque aquele dinheiro não lhe pertence, enfim...  Na tentativa de legitimar a palavra final sobre o assunto, o que mais acontece é que o detentor da palavra tem um posicionamento fundamentalista e tendencioso para a condenação daquele que é “infiel”.  Confesso ter muita dificuldade em lidar com a maneira como as coisas são geridas dentro das igrejas hoje.  Sinceramente, acredito que a institucionalização não melhorou em nada as coisas para Deus. Na questão da administração, que é a veia do nosso assunto, isso pra mim é ainda mais difícil de conciliar. Primeiro vale lembrar para que, historicamente o dízimo serve. Ao lermos os  livros de Malaquias, Ageu, Neemias, Esdras entre outros, precisamos entender que há um enredo que envolve o posicionamento desses homens no que diz respeito ao dízimo. Israel havia acabado de ser liberto do cativeiro da Babilônia e eles estão voltando para a sua terra. Lembre-se que o templo havia sido destruído, os muros derrubados e as casas destruídas. Israel passou 70 anos em cativeiro! Praticamente uma geração inteira morreu. Havia agora uma nação que se conhecia como um povo oprimido, que não conhecia sua terra, sua casa, o templo e inclusive haviam perdido a referencia de Deus. A libertação do cativeiro acontece em etapas, mas fato é que as pessoas começam a voltar para sua terra em tempos distintos, com Esdras, depois com Neemias e por fim, com Zorobabel... Precisa-se reconstruir o templo, os muros da cidade e a vida espiritual do povo... Todos estão empenhados nisso, certo?  Errado! O capítulo 13 de Neemias  diz que os sacerdotes e os levitas começaram a ir embora, porque não havia mantimento para eles... Cada cidadão estava tentando resolver a sua vida e ninguém queria saber de sustentar o templo, os sacerdotes e os levitas... Ninguém estava nem aí para a casa de Deus. Cada um queria resolver o seu: (Ageu 1:4) - Porventura é para vós tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto minha casa fica deserta? Neemias também pergunta: Porque o templo de Deus ficou abandonado? (Ne 13:11) Nesse tempo profetas são levantados por Deus para conscientizar o povo da necessidade de que aqueles que foram separados por Deus para o serviço Dele, que fossem  sustentados pelos demais. Trata-se de um imperativo para um tempo momento específico em um momento histórico onde foi necessária essa intervenção... Do contrário, era de costume do judeu quando ia ao templo, sempre levar algo ao invés de ir “receber” algo, como é a mentalidade atual reproduzida em nossas igrejas hoje. Abraão deu o dízimo a Deus sem que isso lhe fosse de fato requerido... O problema é que só se é contada a história dos vitoriosos e não o enredo, e a gente vai lendo as porções da bíblia que nos interessam, para legitimar a nossa crença.


Mas, pra que serve o dízimo mesmo? 
Você encontrou a doutrina do dízimo no novo testamento em algum lugar?
 Algum apóstolo defendendo o dízimo?
Sinceramente eu até encontrei Jesus repreendendo os fariseus por entregar o dízimo e desprezar “O mais importante da lei: a justiça, a misericórdia e o juízo”... Vale lembrar que, dízimo em lugar nenhum da bíblia era entregue em dinheiro! Os apóstolos eram sustentados pelas ofertas voluntárias dos irmãos e não por dízimo, portanto, precisamos ser mais honestos com a bíblia e pararmos de categorizar as pessoas (ladrões, infiéis, mercenários etc) partindo de uma hermenêutica que não respeita o contexto bíblico... Mas Eduardo,está escrito lá em Malaquias 3: 10 que aquele que não devolve o dízimo rouba a Deus... ( Essa é clássica!) Por um acaso você já viu algum tesoureiro perguntando para algum fiel se o dízimo que está sendo devolvido foi o primícia do seu pagamento, ou se ele pagou alguma conta antes e depois separou o dizimo? Você acha mesmo que alguma instituição religiosa devolveria para o fiel algum dízimo se ele não fosse o primeiro a ser separado? (As primícias são do Senhor... ) Precisamos definir se nossas bases doutrinárias vem do VT ou do NT, porque sinceramente não dá pra conciliar as duas... E se é pra pegar parte de uma e parte de outra, então quem é o medidor disso???  Todo leitor da Palavra de Deus sabe que a antiga aliança (Firmada no VT) não era sequer sombra da nova (Firmada em Cristo)... Jesus no sermão da montanha (Mt 5 a 8) pega muitas das práticas das pessoas baseadas na antiga aliança e as trata com muito mais profundidade, tirando o foco da ação para a motivação, do resultado final para vontade ou para o sentimento. Em Jesus, o homicida não é apenas o que atira a pedra, mas também é aquele que se ira contra o outro! Podemos entender a partir do sermão da montanha que a “coisa” é muito mais séria do que parece. Em seu ministério, Jesus falou mais sobre o dinheiro do que sobre a salvação... Será que ele se esqueceu de falar sobre a obrigatoriedade do dízimo? Se ele não falou será que seria mesmo obrigatório? Porque então todas as nossas bases doutrinárias são do Novo Testamento e o dogma do dízimo é veterotestamentário? A pregação sobre os dízimos é tão forte que fico pensando que talvez algum dos evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas, João) tenham se esquecido de mencionar  sobre isso, pois diz João 21:25 que se fosse escrever todos os feitos de Jesus, nem todos os livros do mundo seriam  capazes de catalogá-los! Ora, se o dízimo não é obrigatoriedade no novo testamento, então vamos mudar esse discurso manipulador e tratar dos assuntos de fato importantes sobre a vida cristã que está explícita no que quis respeito ao dinheiro no NT! Primeiro que a bíblia diz que a aquele que debruça sobre a palavra é digno de redobrados honorários, portanto os pastores e trabalhadores da Obra devem por ela serem sustentados... Segundo é que a LIBERALIDADE sim é um imperativo do NT, mas não apenas para com os trabalhadores do Reino, mas UNS COM OS OUTROS e aqui está o segredo: Se não é mais uma obrigação devolver uma quantia específica e percentualmente perfeita para uma instituição religiosa, agora os cristãos da primeira igreja (ATOS) começam a vender suas propriedades e entregar TUDO nos pés dos apóstolos para que fosse repartido entre os outros irmãos de acordo com suas necessidades de sorte que eles tinham tudo em comum... Por causa da maneira como eles vivam, o Senhor iria acrescentando a eles os que iam sendo salvos. Foi por causa da forma simples de viver dessa gente que mais e mais pessoas se convertiam e estavam dispostas a morrer pelo Reino: Porque  estavam mais apegados a Deus do que ao dinheiro. Mais apegados ao céu do que a terra. Mais apegados a vida futura do que a vida terrena. Sinceramente, nós não somos nem sombra disso! Somos de mentalidade burguesa e individualista de natureza. Nossa política é mercantilista e nossos fiéis estão programados para fazer barganha com Deus: – O Senhor diz: Trazei... e fazei prova de mim... (Mais uma clássica!) Estou criticando sim um padrão de pensamento que é repetido por gerações que oprimem as pessoas com uma conversa intimidatória de causa ganha para manipuladores da Palavra, que prometem as bênçãos em nome do divino para manter a receita do caixa da instituição. Uma pessoa que teve um encontro real com Jesus e que faz parte do reino de Deus, deve estar consciente que TODOS os seus recursos precisam estar à disposição de Deus e não apenas 10%... Nossas igrejas sabem impor mas infelizmente não sabem educar os seus membros à cooperarem com liberalidade para que A CASA DE DEUS SEJA MANTIDA... Igreja não tem que fazer contas de quanto cada um de seus membros ganham para ter previsão de entrada no mês, pois cabe aos fiéis amar aqueles que se dispuseram para dedicar suas vidas a cuidar das ovelhas de Deus a ponto de lhes garantir o sustento e uma vida digna de um ministro de Deus; reconhecê- lo como tal, pois aquele que recebe o profeta na qualidade de profeta, recebe também o galardão de profeta... Se Jesus disse que aquele que der um copo de água a qualquer um dos pequeninos que se apresentem em Seu nome, estará fazendo esse bem ao próprio Cristo, que dirá aqueles que entendem a responsabilidade de sustentarem a casa que freqüentam nas reuniões de culto. LIBERALIDADE é fazer de coração limpo de acordo com a possibilidade e na medida exata da necessidade do outro.  Shalom
Eduardo Torezani